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Síndrome metabólica

A obesidade pode estar associada a diversas complicações metabólicas como dislipidemia, diabetes tipo 2, hipertensão arterial e doenças cardiovasculares.

Geralmente, o risco do desenvolvimento de doenças associadas aumenta com o grau da obesidade. Entretanto, não somente a quantidade de gordura total em excesso deve ser considerada, a distribuição da gordura corporal é também um importante fator de risco para as doenças crônicas não transmissíveis (DCNT). A gordura situada no tronco e abdome, principalmente intra-abdominal (visceral), promove maior risco para as complicações metabólicas que o excesso de gordura em outras regiões do corpo.

A obesidade abdominal associada a dois fatores de risco como: glicemia de jejum e tríglicérides aumentados, baixo HDL-colesterol e hipertensão arterial caracteriza o quadro de síndrome metabólica (SM) segundo critérios do “International Diabetes Federation” (IDF).

A Síndrome Metabólica (SM) é um transtorno complexo representado por um conjunto de fatores de risco cardiovascular usualmente relacionados à deposição central de gordura (gordura abdominal) e à resistência à insulina. A Síndrome Metabólica é associada à doença cardiovascular, aumentando a mortalidade geral em cerca de 1,5 vezes e a cardiovascular em cerca de 2,5 vezes.

Não existe um único critério aceito universalmente para definir a Síndrome. Os dois mais aceitos são os da Organização Mundial de Saúde (OMS) e os do National Cholesterol Education Program (NCEP) - americano. Porém o Brasil também dispõe do seu Consenso Brasileiro sobre Síndrome Metabólica, documento referendado por diversas entidades médicas.

Segundo os critérios brasileiros, a Síndrome Metabólica ocorre quando estão presentes três dos critérios abaixo:

Obesidade central - circunferência da cintura superior a 88 cm na mulher e 102 cm no homem;

Hipertensão Arterial - pressão arterial sistólica ≥130 e/ou pressão arterial diatólica ≥ 85 mmHg;

Glicemia alterada (glicemia ≥110 mg/dl) ou diagnóstico de Diabetes;

Triglicerídeos ≥150 mg/dl;

HDL colesterol <40 mg/dl em homens e <50 mg/dl em mulheres

O ponto de corte estabelecido para a circunferência abdominal, 102 cm para homens e 88 cm para mulheres, tem sido questionado por não se adequar a populações de diferentes etnias.

Em alguns estudos, níveis mais baixos – 94 cm para homens e 80 cm para mulheres–, têm sido considerados mais apropriados. Recomenda-se para mulheres com circunferência de cintura abdominal entre 80–88 cm e homens entre 94–102 cm uma monitorização mais freqüente dos fatores de risco para doenças coronarianas.

Sugeriram-se vários locais e padrões para avaliar a circunferência abdominal.

Pode-se realizar a me­dida no maior perímetro abdominal entre a última costela e a crista ilíaca, segundo recomendações da Organização Mundial de Saúde (OMS).

Já a I Diretriz Brasileira de Diagnóstico e Tratamento da Síndrome Metabólica recomenda medir a circunfe­rência abdominal no ponto médio entre o rebordo costal inferior e a crista ilíaca, por ser o índice antropométrico mais representativo da gordura intra-abdominal e de aferição mais simples e reprodutível.

Fontes:

I Diretriz Brasileira de Diagnóstico e Tratamento da Síndrome Metabólica Arquivos Brasileiros de Cardiologia - Volume 84, Suplemento I, Abril 2005.

Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica Diretrizes brasileiras de obesidade 2009/2010 / ABESO - Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica. - 3.ed. - Itapevi, SP : AC Farmacêutica, 2009.

Després J-P, Lemieux I, Prud’ Home D. Treatment of obesity: need to focus on high risk abdominally obese patients. BMJ 2001;322:716-20.

Hunter GR, Bryan DR, Wetzstein CJ, Zuckerman PA e Bamman MM. Resistance training and intra-abdominal adipose tissue in older men and women. Med Sci Sports Exerc 2002; 34:1023-28.

Alberti SG, Zimmet P, Shaw J, Grundy SM. The IDF consensus worldwide definition of metabolic syndrome. International Diabetes Federation, Brussels (Belgium) 2006;1-24.